
Dinamarca: descobriram "livros venenosos" numa biblioteca
Já alguma vez viste o filme "O Nome da Rosa?" Esta história é semelhante!
Adaptado a partir de uma obra do italiano Umberto Eco com o mesmo título, a história decorre num mosteiro beneditino do século 14 no qual um frade franciscano — interpretado por Sean Connery — recebe a missão de investigar o estranho falecimento de sete monges. No fim, o frade descobre que as mortes tem a ver com o contacto com livros da biblioteca local, que foram envenenados propositadamente por serem consideradas “proibidas” pela Igreja.
O "filme da vida real"
Pois, curiosamente, uma equipa de especialistas descobriu que, às vezes, a vida imita a arte — já que, acidentalmente, encontraram três livris numa biblioteca na Dinamarca cujas capas são “venenosas”! Mais especificamente, os livros fazem parte do acervo da biblioteca da Universidade do Sul da Dinamarca e contém quantidades significativas de arsénico nas capas.
Segundo explicaram os investigadores Jakob Povl Holck e Kaare Lund Rasmussen num artigo do site The Conversation, a descoberta aconteceu quando bibliotecários da instituição submeteram alguns volumes raros a raio - X e identificaram a presença da substância em três obras publicadas entre os séculos 16 e 17.
O arsénico é extremamente tóxico e pode ser letal, mas, durante o século 19, por exemplo, durante vários anos, as pessoas sabiam que o consumo da substância podia ser bastante perigoso, mas era frequentemente usado como pigmento de tecidos e papéis. O arsénico era usado como ingrediente de tintas da cor verde, para prolongar a duração dos tons, e foi muito usado na fabricação de roupas e inclusive na produção de selos.
No caso dos livros descobertos na biblioteca na Dinamarca, os especialistas acreditam que o veneno foi usado para evitar que as obras fossem danificadas por insetos e outros bichos. Em Portugal usa-se outra técnica - na biblioteca Joanina, em Coimbra, recorre-se a um bando de morcegos para resolver este problema.