
Coreias - porque são duas? e porque se vão encontrar?
A península da Coreia está localizada no nordeste asiático. Tem fronteiras com a China, a noroeste, e a Rússia, a nordeste, e é separada do Japão, a leste, pelo Estreito da Coreia e pelo Mar da China Oriental.
Começando por rever a História da Coreia a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, verificamos que esta península, que até então estava anexada ao Império Japonês, foi dividida ao meio pelo paralelo 38. A norte do paralelo, o território foi fortemente influenciado por forças russas, e a sul do paralelo, o território foi fortemente influenciado por forças norte-americanas.
O paralelo 38 e a divisão das coreias
A República Democrática da Coreia (ou, para nós, Coreia do Norte) foi fundada por Kim Il-sung, de acordo com a política juche. Hoje, a Coreia do Norte é governada por Kim Jong-un - filho do anterior líder, Kim Jong-il, e neto do fundador do país - segundo as mesmas ideias de exibicionismo agressivo da sua provável auto-suficiência económica imune a influências estrangeiras.
A República da Coreia (ou, para nós, Coreia do Sul), fundada em 1948, tem vindo a consolidar-se como uma democracia moderna. O crescimento económico da Coreia do Sul tem sido rápido (e maior que o da Coreia do Norte), sendo hoje considerado como um dos países mais desenvolvidos do mundo, segundo as Nações Unidas, com as tecnologias mais avançadas e as melhores comunicações.
A constituição destes dois novos países, nestes territórios, influenciados por ideias e planos tão diferentes, não foi pacífica. Talvez por isso, em 1950, começou a Guerra da Coreia que opôs o norte ao sul e, ainda hoje, não temos a certeza de que esta guerra terminou. Nesta guerra, a China e a Rússia alinharam pelo norte, e os EUA e outros países ocidentais alinharam pelo sul.
Em 2000 e em 2007, já houve encontros entre os representantes da Coreia do Norte e os representantes da Coreia do Sul, nos quais se conversou sobre o fim da guerra. Infelizmente, os dois países não acordaram mais que paz temporária.
Parece que o que está em causa já não é só a disputa territorial da península coreana, mas também a insistência da Coreia do Norte em fabricar e não exportar armas nucleares (que são armas semelhantes às bombas utilizadas pelo exército dos EUA, em Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda Guerra Mundial).
Diz-se que a Coreia do Norte é o país mais isolado do mundo e pouco sabemos sobre ele.
Um português que visitou este país em 2012 conta-nos que - tanto para norte coreanos, como para turistas - não é permitido utilizar o telemóvel, nem sempre é autorizado enviar e-mails, e os telefonemas para fora do país são caríssimos. Os turistas não podem passear sozinhos, livremente, por este país que, diz, é pobre e pouco desenvolvido.
Olhando para a Coreia do Norte, de dia, pouco mais podemos ver do que as imagens dos seus líderes e do exército assustadoramente alinhado em paradas militares e desfiles de armas. À noite, vista do céu, a Coreia do Norte é quase tão escura como o oceano...
Tudo indica que os políticos da Coreia estão a tentar uma nova reaproximação. A Coreia do Sul convidou os seus vizinhos do Norte a integrar a equipa coreana na última edição dos Jogos Olímpicos e o convite foi aceite pela Coreia do Norte. Possivelmente indo também ao encontro destas aspirações, a Coreia do Norte convidou, através da Coreia do Sul, o Presidente dos EUA para conversações, ao que parece, sobre armas nucleares.
É cedo para concluir que as divergências das duas Coreias foram ultrapassadas; mas certo é que os seus atuais líderes mostram, felizmente, maior interesse na convergência de esforços do que os seus antecessores... ou não estaria agendada a Cimeira Intercoreana para o mês que vem!
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