
As novidades de 2017 na música
O habitual artigo sobre o lançamento do mês, desta vez, e porque o ano mudou, apresenta três revelações/confirmações da música portuguesa. Os artistas aqui apresentados talvez sejam pouco conhecidos da maioria do público, mas são presença em quase todos os top’s de álbuns nacionais editados em 2017. Por isso, aqui fica o merecido destaque e o convite a escutá-los.
Ermo – Lo-Fi Moda
O duo de música eletrónica, proveniente de Braga, mete neste Lo-Fi Moda um misto de hip hop, pop, …, um bocado de tudo, numa busca de qualquer coisa de novo. Uma busca conseguida! Este disco parece realmente transportar a uma outra dimensão em alguns momentos e deixar-nos suspensos entre o gostar ou odiar. É um disco que primeiro se estranha e depois se entranha. Ouvindo este trabalho, podemos só ter uma certeza: os Ermo, depois de Vem por Aqui (2014), chegaram com este Lo-Fi Moda para conquistarem um lugar de destaque no panorama da música nacional e falada em português.
Surma – Antwerpen
Ter um álbum de estreia com as críticas positivas e o sucesso deste Antwerpen de Surma não é para todos, mas neste caso é mais do que merecido. Débora Umbelino, Surma de nome artístico, é uma verdadeira faz-tudo: compõe, toca, canta… E no meio disto tudo, conseguiu trazer claramente uma sonoridade nova à música portuguesa. Num estilo introspetivo, capaz de transportar a imaginação a vários ambientes, as 10 canções de Antwerpen merecem ser escutadas e apreciadas uma por uma.
Luís Severo – Luís Severo
O trabalho de Luís Severo, que tem como título o seu próprio nome, é claramente uma afirmação de identidade do artista que se estreou em 2015 com Cara d’Anjo, e que agora começa a ser cada vez mais reconhecido. Confesso que a primeira audição não me suscitou grande interesse, mas ficou a vontade de dar-lhe uma segunda parte, por tentar fazer algo de novo às fórmulas já mais que vistas. Depois disso, descobri neste álbum algo que me soa sempre familiar, que não destoa mais, que merece ser escutado como uma daquelas histórias que o amigo que já não vês há alguns anos tem para te contar. O seu estilo indie pop acústico, que há o poder de nos transporta ao passado, mostra que o futuro de Luís Severo será seguramente risonho.