
Samuel Úria: o cantautor que só sabe crescer na música portuguesa.
Com uma carreira pouco vistosa, mas sólida, Samuel Úria tem-se tornado num dos compositores mais reconhecidos da sua geração na música portuguesa. Fiel praticante da Igreja Batista, admite que muitas das suas letras refletem a sua experiência religiosa.
Exemplo disso é a música É preciso que eu diminua do último CD Carga de ombro, que reflete a frase bíblica de S. João Batista É necessário que Ele cresça e eu diminua (Jo 3:30).
Nascido em Tondela, em 1979, de um pai enfermeiro e mãe professora de música, reconhece que nunca quis seguir os passos da mãe. Confessa até que o facto de a mãe dar aulas de música em casa, o fez desinteressar-se totalmente da teoria musical. Mas, assim que viu a irmã a tocar guitarra, quis pegar nela e tentar tocar por cima das músicas que ia ouvindo.
Seguiram-se as bandas de liceu, que na altura de escolher um curso superior o influenciaram a não ir estudar para Coimbra, para não se afastar de casa. Acabou por tirar o curso de Educação Visual em Viseu. Acabou por se mudar para Lisboa para vir dar aulas, mas depressa percebeu que a música se tornava algo cada vez mais sério e em 2011 deixou o ensino.
Mais reconhecido pela sua capacidade de letrista e compositor do que pela sua qualidade vocal, admite que é por isso que utiliza muitos coros nas suas músicas. As suas letras refletem muito de religioso porque diz ser “um gajo que vive a religião a sério. Se isso me caracteriza, e dado que me vou expor, então é natural que o património lá esteja”.
Com o tema amoroso muitas vezes ausentes da música, admite que prefere falar de compromisso porque sendo casado há 13 anos, apesar de o amor estar sempre presente, as minhas grandes questões amorosas têm que ver com o compromisso porque o compromisso relembra-me o amor. Exemplo disso é a música Carga de ombro.
Afirma não se autocensurar de forma nenhuma pelo seu sucesso, mas confessa que tem medo que este sucesso o faça desenvolver-se e crescer só em torno de si próprio. Por isso, escreveu a música É preciso que eu diminua, porque considera que em tudo o que faz é preciso que eu diminua para que os outros cresçam em mim.
Samuel Úria revela-se assim um autor sem complexos e que promete trazer ainda muita originalidade à música portuguesa. Sem medo de se expor e de expor a sua vida nas suas músicas, a sua autenticidade marca sem dúvida o significado profundo de cada das suas palavras cantadas.
Depois de um verão com vários concertos por todo o país, esta época terminará com um concerto no teatro D. Maria II no dia 16 de Setembro. Não achas que vale a pena dar lá um saltinho?
Marcações: Evangelho, Portugal, Música, Concerto, Compositor, Cantor, CD's