
O nosso planeta: lotação esgotada?
O nosso planeta é como que uma grande casa. Estará cheia ou haverá ainda lugar para mais habitantes? Os alimentos chegarão para todos? Quais os novos desafios que se põem aos que desejam que este mundo seja uma casa bonita, onde todos se sintam felizes?.
As estimativas apontam que sejamos mais de 7 mil milhões de habitantes no planeta Terra. Mas como cuidar do planeta que é a nossa casa?
- O crescimento da população
O conta-quilómetros da população gira a uma velocidade impressionante. E não pára. Segundo os cientistas, em cada dez segundos nascem 27 crianças. O equivalente a duas equipas de futebol com os respetivos treinadores e árbitros. A este ritmo, bastaria um minuto para organizar um campeonato. - Uma escalada sem fim
A população mundial, de facto, está a crescer com uma rapidez até então desconhecida: oitenta milhões de pessoas a mais por ano. Contudo nem sempre foi assim. De mil anos antes do nascimento de Cristo, quando começou a era da agricultura, a população terreste era cerca de dez milhões de pessoas, pouco menos da população atual do nosso país. No tempo dos egípcios, chegou aos cem milhões. E, quando reinava o imperador romano Augusto, em todo o mundo não havia mais que 250 milhões de habitantes, pouco menos da população atual dos Estados Unidos. Na vésperas da revolução industrial, em 1750, havia 750 milhões. Só em 1800, é que a população mundial chegou a mil milhões. Começou agora um crescimento mais rápido. Passado apenas pouco mais de um século, em 1930, chegou a dois mil milhões. Passados mais trinta anos, chegou a três mil milhões. Passados mais quinze anos chegou a quatro mil milhões. E assim sucessivamente. Este atual crescimento deveras supreendente acontece não tanto nos países industrializados, alguns quase próximos do crescimento zero, mas nos países em vias de desenvolvimento. - As razões do crescimento
O fenómemo deste rápido crescimento deve-se em primeiro lugar, ao prolongamento da vida das pessoas. Onde antigamente a média de vida era apenas de uns quarenta anos, atualmente, sobretudo nas nações mais desenvolvidas, é de cerca de oitenta anos. Este aumento da esperança de vida tem a ver com as sempre novas descobertas da medicina. E os cientistas continuam a trabalhar para fazer recuar a morte, pois todos querem ter vida saudável por muitos anos. Além disso, é cada vez menor a mortalidade infantil, embora continue muito alta em certos países subdesenvolvidos onde não chegam os cuidados médicos e as vacinas necessárias para defender as crianças contra as doenças. Infelizmente, em cada três segundos, morre uma criança por causa da fome ou de doenças. - A urbanização do mundo
Este imenso crescimento da população mundial traz consigo novas realidades. Uma delas é que a maior parte da população vive em grandes cidades. É a urbanização do mundo. De facto, nos últimos anos, as pessoas concentram-se nas grandes cidades, onde vivem em grandes edifícios que parecem colmeias. Em 1990 havia apenas dezasseis cidades que superavam um milhão de habitantes. Em 2000 eram já 250. Daqui a uns quinze anos serão provavelmente 500. A cidade de Tóquio, no Japão, tem cerca de 35,2 milhões de habitantes. Nova Iorque, nos Estados Unidos, tem 18,7 milhões. Pequim, na China, superou já os 20 milhões e Calcutá, na Índia, com 17 milhões. Outrora as grandes cidades eram as europeias como Londres, Paris, Berlim, Viena e Moscovo. Agora surgiram outras como S. Paulo (Brasil), Bombaim (Índia), Bogotá (Colômbia). - O império da china e da Índia.
O crescimento demográfico acontece sobretudo nestes dois países. Estas duas nações constituem, com mais de 2,5 mil milhões de habitantes, um terço da população mundial. Por dia crescem a um ritmo de quase oitenta mil crianças. O recorde da nação mais populosa pertence à China. Á sombra da Grande Muralha vivem cerca de 1500 milhões de pessoas. Segue-se a Índia, com mais de mil milhões. Cotudo ninguém sabe exatamente quantos são os chineses e os indianos, pois muitos não estarão registados. Para impedir este crescimento espetacular na China, os governantes quiseram controlar o número de nascimentos, pois muitas bocas a alimentar são sempre um problema, sobretudo quando existe a pobreza. A partir dos anos 70 do século XX, era permitido ter apenas dois filhos. Em 1978 surgiu a política do "filho único". Apesar destas políticas contra a natalidade, a população juvenil foi aumentando. - Sempre mais velhos
Enquanto, a China e a Índia aumentam de população, a Europa está a ter um deficiente crescimento demográfico. Enquanto, por exemplo, 52% da população indiana tinha recentemente menos de 25 anos, nos países europeus diminuem os jovens e aumentam os idosos. Os jovens casam-se cada vez mais tarde: alguns homens esperam pelos 32 anos e as mulheres pelos 29 anos, o que antes não acontecia. Depois, muitos optam por ter apenas um filho ou dois, pois "a vida está cara e è preciso gastar muito com eles". Além disso, nos apartamentos não há lugar para mais. O nosso país está entre as nações europeias com uma menor taxa de natalidade, o que faz om que seja cada vez maior o número de idosos.
Os novos problemas
O facto da terra ter cada vez uma maior população traz novos desafios. Cada criança que nasce é sinal de que Deus ainda não se cansou dos homens. Mas tem de encontrar um planeta o mais feliz possível. Eis alguns os novos desafios.
- Mais partilha
Embora sejamos muitos, se os homens assim quiserem, haverá alimentação para todos. Atualmente, enquanto nos países ricos se esbanjam alimentos, noutros morre-se de fome. Se houvesse uma partilha justa de bens, haveria lugar para todos à mesa da humanidade. Infelizmente, os países da fome são muitas vezes governados por pessoas corruptas, que se aproveitam das riquezas nacionais a seu favor, deixando para o povo apenas as migalhas que caem das suas mesas. Sem fraternidade, solidariedade e sobriedade não há futuro. - Mais igualdade
Uma das cenas deprimentes da atualidade consiste em ver pessoas obrigadas a emigrar. As pessoas das nações muito pobres da África vendem tudo o que possuem, deixam a sua terra e partem à aventura, no desejo de alcançarem a Europa, que imaginam ser a terra da felicidade. A desilusão surge quando as frágeis embarcações são engolidas pelas ondas ou quando chegam exaustas às praias da Espanha ou da Itália, quando têm a sorte de chegar com vida. Tragédias de hoje. Se os homens quiserem, encontrarão uma solução justa para estas pessoas que têm o direito a ser felizes. - Mais ecologia
O facto de sermos muitos deve levar as pessoas a manter o planeta habitável. Não é justo, por exemplo, cortar as grandes florestas, como a Amazónia. Essa imensa floresta, onde ainda se abrigam alguns indígenas, é como que um pulmão que purifica o ar que se respira nesta aldeia global. Não é justo, por exemplo, as grandes indústrias se recusarem a assinar e a cumprir os protocolos, quando se trata de acabar com a poluição da atmosfera, das terras, dos rios e dos mares. Os seis mil milhões de habitantes necessitam de viver numa casa comum onde possam conviver saudavelmente. Os políticos estão conscientes disto e reúnem-se para falar de ecologia. - Mais beleza
Vale a pena viver num mundo cada vez mais belo, mais alegre, mais habitável. E que poderemos fazer? As grandes cidades, onde hoje se acumulam milhões de pessoas, estão muitas vezes cercadas por bairros de lata, por favelas, em contraste com as habitações dignas da pessoa humana. Esta realidade tira toda a beleza às cidades. É urgente que haja uma habitação digna para acolher cada criança que nasce, ou cada idoso abandonado. Por isso, os poderosos da terra têm muito para fazer. Quando todos se empenharem nestes desafios, diremos no final: "E todos vimos que a Terra é bela!".