
"Menos é mais" na defesa pelo ambiente
O uso de recursos naturais para sustentar o exagerado padrão de consumo da sociedade contemporânea é um factor determinante para as mudanças climáticas.
Com base nesta visão, Sabrina Helm, professora na Norton School of Family and Consumer Sciences in the College of Agriculture and Life Sciences na Universidade do Arizona conduziu uma pesquisa sobre o comportamento de consumidores publicada em julho deste ano. O estudo da equipa tem como objetivo entender como é que os valores materialistas afetam comportamentos pró-ambientais.
O foco do estudo foram os dois seguintes comportamentos: redução do consumo geral, que inclui reparar itens em vez de trocá-los por novos e viver com menos coisas (reduzindo peças do guarda-roupa, por exemplo); e “consumo verde”, ou seja, dar preferência a produtos de menor impacto ambiental, de cadeia produtiva mais limpa (como produtos reciclados e reutilizáveis).
Menos é mais também para o bem-estar
A pesquisa também procurou avaliar como é que o envolvimento em comportamentos pró-ambientais afeta o bem-estar do consumidor. O consumo verde, embora tenha impacto positivo no meio ambiente (ainda que em menor grau do que a redução do consumo), não parece afetar positivamente o bem-estar dos consumidores, apontou o estudo.
Os participantes que adotam o consumo reduzido demonstram aumento no bem-estar e redução de sofrimento psicológico, o mesmo não se verifica no outro grupo. “A chave é reduzir o consumo e não apenas comprar coisas verdes. Ter menos e comprar menos pode realmente tornar-nos mais satisfeitos e felizes”, diz Helm.
A investigadora pontua a dificuldade em alterar alguns padrões de comportamento e consumo devido ao forte peso da construção social. Segundo ela, “desde a infância disseram-nos que existe um produto para tudo e que não há problema em comprar, e isso é bom, porque é assim que a economia funciona.”
As conclusões dos investigadores basearam-se em dados de um estudo que acompanhou 968 jovens adultos desde o primeiro ano da faculdade, quando tinham entre 18 e 21 anos, até dois anos após a licenciatura e mestrado, já com idades entre os 23 e 26 anos.
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