
Uma ilha no Mediterrâneo formada por ... lixo?
O mar mediterrâneo comunica-se com o Atlântico pelo Estreito de Gibraltar e banha incontáveis praias pitorescas do norte da África, da Europa e da Ásia, cobrindo uma área de aproximadamente 2,5 milhões de quilómetros quadrados.
O Mar Mediterrâneo banha também um grande número de ilhas – perto de 160 –, entre as quais estão Creta, Chipre, Sicília, Ibiza, Mallorca, Malta, Santorini, Capri e Montecristo. Infelizmente, uma equipa de cientistas descobriu uma nova ilha na região. A questão é que, em vez de oferecer paisagens idílicas, é feita de toneladas e mais toneladas de lixo.
Lixo flutuante
De acordo com Tom Hale, do site IFLScience!, a ilha formou-se entre a Córsega e Elba – que faz parte do território da França e da Itália, respectivamente – e é composta principalmente por fragmentos de plástico que foram parar ao mar. A (mais ou menos) boa notícia é que a ilha parece ser um fenómeno temporário resultante de uma combinação de fatores e deve desaparecer eventualmente.
De acordo com os investigadores, a ilha formou-se devido à dinâmica das correntes marítimas na região – que, a noroeste do Mediterrâneo, se movimentam no sentido ascendente no litoral italiano até a ilha de Elba, onde são desviadas em direção à Córsega – afetadas por eventos climáticos extremos decorrentes do aquecimento global. O problema é que a concentração de partículas e pedaços de plástico no Mediterrâneo sofreu um dramático aumento nas últimas décadas, e a intensificação das correntes só evidenciou a situação.
Levantamentos recentes conduzidos pela World Wildlife Fund – WWF – revelaram que a concentração de fragmentos de plástico no Mediterrâneo é de quase 1,3 milhões de partículas por quilómetro quadrado. Isto significa que, embora esta zona contenha apenas 1% das águas existentes no mundo, abriga 7% de todos os fragmentos de plástico do planeta, situação que representa um grande risco para o ecossistema da região.