
Para lá da música: "Sigh no More" de Mumford & Sons
Já passaram 8 anos desde o lançamento do disco de estreia dos Mumford & Sons, Sigh no More, mas a sua música e a sua mensagem continuam bem vivas. Apesar de não se assumirem como praticantes de qualquer tipo de religião, os textos da banda britânica tocam várias vezes em temas religiosos.
Em muitas das músicas do álbum não é difícil descobrir diversas referências à questão do pecado, do perdão e até mesmo à ressurreição de Cristo. Basta olhar para os exemplos de The Cave, After the Storm ou Roll Away Your Stone.
Tentaremos descodificar algumas destas mensagens, através de uma possível interpretação cristã de algumas das 12 músicas deste álbum. Este artigo começa por analisar a primeira música do álbum e que lhe dá o nome… Sigh No more (Não suspirar mais).
[Verso 1]
Serve God, love me and mend
This is not the end
Live unbruised, we are friends
And I'm sorry, I'm sorry
[Verse 2]
Sigh no more, no more
One foot in sea, one on shore
My heart was never pure
You know me, you know me
But man is a giddy thing
Oh, man is a giddy thing
Oh, man is a giddy thing
Oh, man is a giddy thing
[Refrão]
Love, it will not betray you
Dismay or enslave you, it will set you free
Be more like the man you were made to be
There is a design, an alignment
A cry of my heart to see
The beauty of love as it was made to be
Ainda que a letra possa dar origem a diversas interpretações, podemos ter a certeza que começa quase como uma oração, pela forma como se dirige a Deus (Serve God, love me and mend).
Estes primeiros versos descrevem com alguma mágoa as dificuldades do ser humano em lidar com a vida. Podemos dizer que é uma descrição cabisbaixa de quem reconhece que o seu coração nunca foi puro (My heart was never pure).
Ainda assim, em cada frase que demonstra a instabilidade do coração humano, aparece sempre outra frase que abre uma janela de esperança (This is not the end… You know me). Janelas de esperanças que nos dão a consciência que não vale a pena suspirar mais (Sigh no more, no more) pelos erros cometidos.
Este estado de alma que nos vem descrito acaba por se resumir na frase que conclui esta primeira parte da música, repetida diversas vezes: o Homem é uma coisa inconstante (Man is a giddy thing).
É com esta dor de nos descobrirmos inconstantes que nos deparamos tantas vezes. É caso para perguntar: quantas vezes não repetimos esta frase a nós próprios?
Porém, é em cada destes momentos que podemos reparar que continuamente nos é dada uma nova oportunidade para seguir em frente e corrigir os nossos erros. É nesta nova oportunidade que encontramos a passagem para o refrão, marcada musicalmente pela aceleração e aumento de intensidade vocal e instrumental.
Uma constante nova oportunidade que nos vem aberta pelo Amor. Um Amor que não nos escraviza pelos nossos erros, mas que nos tenta libertar dos mesmos (Love, it will not betray you / Dismay or enslave you, it will set you free).
Um Amor que nos faz olhar de novo para o projeto original da nossa vida (There is a design, an alignment). Um projeto que nos faz perceber que fomos criados para uma vida de plenitude que anseia superar cada momento de instabilidade. Existe realmente dentro de cada coração humano este grito que nos faz querer voltar a ver a beleza deste Amor (A cry of my heart to see / The beauty of love as it was made to be).
Uma beleza que podemos descobrir em Jesus Cristo, que nos faz acreditar que apesar de todos os nossos momentos de instabilidade, temos sempre as portas da felicidade eterna abertas.
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