
Histórias para crescer: a vida ou uma banana?
A história de hoje é real...Sabes como as tribos africanas fazem armadilhas para capturar macacos? À partida pensamos que tem de ser um método muito complexo porque os macacos são muito espertos e saltam de galho em galho a grande altitude pendurados nas árvores.
Pois bem, o método é bastante simples: apenas é necessário alimento (banana ou coco) dentro de um vaso de gargalo apertado.
Coloca-se o vaso com o alimento, amarrado por exemplo ao tronco de uma árvore e depois é só esperar. A curiosidade dos macacos faz com que desçam, olhem para o vaso e vejam o alimento. Instintivamente, o macaco enfia a mão e agarra a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue retirar a banana com a mão fechada.
Surge então o dilema: se largar a banana, a mão sai e ele poderá ir embora livremente, caso não largue, continuará preso à armadilha, mas não sai dali nem come o alimento. É nesta fase que os nativos regressam e tranquilamente capturam os macacos que teimosamente se recusam a largar a banana.
Repara que é um preço demasiado caro a pagar por uma banana que não se consegue comer (há que recordar que os macacos eram capturados para servirem de alimento das tribos)!
Podemos criticar a atitude do macaco que lhe custa a vida, seria tão fácil simplesmente abrir a mão e fugir! Mas já pensaste que nos apegamos às situações ou às pessoas e não as largamos mesmo que isso nos cause sofrimento, seja um mau relacionamento ou um hábito?
O paradoxo desta história é que, às vezes, é preciso perder para ganhar. Não podemos insistir nos mesmos comportamentos e esperar que o resultado seja diferente (2+2 são sempre 4)… Por vezes é melhor largar, perder agora e tentar outra alternativa do que continuar a perder tempo (e a sofrer) agarrados à mesma situação!
Nem sempre largar o que nos faz sofrer é fácil, talvez porque não se antecipem alternativas (há pessoas que se mantêm em relacionamentos abusivos porque isso é melhor do que estarem sozinhas, na sua perspetiva) ou porque o sofrimento tem um “ganho secundário”.
Por exemplo, pensa nas pessoas que estão sempre a reclamar (do tempo, de tudo e de nada): reclamar vai mudar alguma coisa? Não. Mas ao reclamar estão a ter a consideração alheia, seja porque têm do que falar, seja porque se colocam no papel vítima. Esta atenção dos outros é o chamado ganho secundário!
Presta atenção às coisas que reclamas e repara o que ganhas com as mesmas… quais são os teus ganhos secundários?
Lembra-te que a vida é demasiado preciosa para a trocarmos por uma banana!
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