
Os verbos que salvam: dar, ajoelhar-se, servir
Este Domingo o Evangelho é duro para todos os que dizem e não fazem. Jesus condena a hipocrisia dos chefes da religião do seu tempo que obrigavam os fiéis a seguir preceitos que eles mesmo não respeitavam.
Domingo XXXI Tempo Comum | Mt 23, 1-12
Jesus diz-nos que não basta sermos crentes, temos também de ser credíveis.
Nenhum de nós pode afirmar que foi sempre coerente entre o que diz e o que faz. Somos humanos, caímos no pecado, e da incoerência é difícil de escapar. Mas Jesus não nos acusa de falhar, Jesus acusa aqueles que nem sequer tentam.
O Evangelho é exigente. Não admite talvez mas somente respostas diretas e radicais: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5, 48).
Jesus apresenta-nos esta exigência mas também conhece as nossas limitações e fraquezas. Ele admite que falhemos. Está sempre pronto a recomeçar connosco. É como o oleiro que quando falha o objeto que está a fazer não deita fora o barro mas começa de novo, plasma-o de novo.
Correndo o risco de me repetir, mas conscientemente por ser importante: Jesus não condena quem falha, Jesus condena que nem sequer arrisca a começar! Não condena quem peca, mas quem tenta esconder o próprio pecado atrás de uma máscara de “santinho”.
O segundo pecado para o qual Jesus chama a atenção é o da vaidade: “Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens”. Não é possível ser um cristão de fachada, viver atrás de máscaras e de enganos.
Para terminar Jesus lança a sua “bomba”: “Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo”. Servo é a definição mais surpreendente que Jesus deu de si mesmo: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22, 27). Servir é sair de si mesmo e viver para os outros. Foi assim que Jesus viveu e nos desafia a viver.
Há três verbos que podem matar a vida cristã: ter, subir, mandar.
Jesus substitui-os com outros que nos salvam: dar, ajoelhar-se, servir.
Se vivermos assim seremos felizes.
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