
Sínodo sobre os jovens - Vaticano apresenta guião de trabalho
Depois do questinário lançado online, surge hoje um documento de trabalho que reflete a realidade das respostas ao documento lançado pelo Vaticano.
A próxima assembleia dos bispos tem como principal tema os jovens. Numa conferência de imprensa hoje de manhã, o Vaticano publicou o documento que vai orientar o trabalho dos bispos já em outubr.
Desemprego, Redes Sociais, Pobreza e Educação - estes são alguns dos temas que estarão em debate no sínodo. Com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, o Sínodo vai decorrer de 3 a 28 de outubro deste ano, por decisão do Papa Francisco.
“A Igreja, também através deste Sínodo, é chamada a dirigir uma atenção específica aos jovens que são vítimas de injustiça e exploração, através de uma atuação fundamental de reconhecimento: a abertura de espaços em que possam exprimir-se e, sobretudo, encontrar escuta” ‘Instrumentum Laboris’.
Este texto dá sequência ao documento preparatório que foi divulgado em janeiro de 2017, acompanhado por uma carta do Papa aos jovens e um questionário online sobre as realidades das novas gerações e a sua relação com a Igreja Católica, que reuniu as respostas de mais de 100 mil jovens.
Os mais novos foram convocados, em setembro de 2017, para um seminário internacional no Vaticano, que promoveu ainda um questionário online e uma reunião pré-sinodal, com jovens de várias confissões religiosas, em março de 2018, acompanhada nas redes sociais por 15 mil pessoas.
O documento de trabalho está dividido em três partes, à volta dos verbos “reconhecer”, “interpretar” e “escolher”.
Ao longo de 214 números, o texto defende que a Igreja deve estar mais atenta às mudanças culturais que afetam a sociedade, especialmente os mais jovens. Entre as preocupações apresentadas, está a urgência de "preservar o papel central das famílias e das relações intergeracionais face a uma cultura global dominada pelo individualismo".
O documento aponta problemas como a guerra, as migrações forçadas, a toxicodependência ou a situação dos jovens reclusos, bem como sinais positivos como a participação dos mais novos em projetos de voluntariado, a consciência de um maior pluralismo ou as suas preocupações ambientais.
Segundo a Santa Sé, na forma de proceder dos jovens, “as coisas compreendem-se fazendo-as” e a Igreja Católica deve estar atenta a este facto, bem como ao impacto crescente das redes sociais, nas suas potencialidades e riscos.
O documento de trabalho realça a importância das instituições educativas, em particular as católicas, no esforço de ajudar as novas gerações a assumir as suas “responsabilidades perante os problemas do mundo, das necessidades dos mais pobres e da proteção do ambiente.
Formar para a “cidadania ativa”, conhecer o mundo digital e acompanhar as situações de doença ou os jovens com deficiência são outras propostas para o encontro mundial de bispos dos cinco continentes, incluindo dois delegados de Portugal.
O ‘guião’ do próximo sínodo fala de sinais de “grande alarme” nas realidades juvenis, como a toxicodependência, o alcoolismo, o bullying, os abusos sexuais e elevadas taxas de suicídio nalguns países.
O documento conclui-se com uma oração do Papa Francisco para que os jovens “agarrem a sua vida nas mãos, olhem para as coisas mais belas e mais profundas e conservem um coração livre”.
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