
Dia de Oração pelo Cuidado da Criação - o alerta do Papa Francisco
Este dia era já celebrado na Igreja Ortodoxa desde 1989, e, a partir de 2015, a Igreja Católica decidiu unir-se a estas celebrações e apelar a uma forma mais simples e sustentável de usar os recursos naturais.
Depois de ter publicado uma encíclica sobre o mesmo tema - Laudato Sí, o Papa Francisco decidiu que estava na hora de todos ouvirmos "o grito da terra". E porque só faz sentido se estivermos todos juntos, o Papa escreveu uma mensagem escrita hoje, em conjunto com o Patriarca Ecuménico Bartolomeu, onde as palavras não são muito bonitas de se ler:
A nossa tendência a romper os delicados e equilibrados ecossistemas do mundo, o desejo insaciável de manipular e controlar os limitados recursos do planeta, a avidez de retirar do mercado lucros ilimitados: tudo isto nos alienou do desígnio original da criação. Deixamos de respeitar a natureza como um dom compartilhado, considerando-a, ao invés, como posse privada. O nosso relacionamento com a natureza já não é para a sustentar, mas para a subjugar a fim de alimentar as nossas estruturas. (...) Por isso, unidos pela mesma preocupação com a criação de Deus e reconhecendo que a terra é um bem dado em comum, convidamos ardorosamente todas as pessoas de boa vontade a dedicar, no dia 1 de setembro, um tempo de oração pelo ambiente. Na verdade, um dos objetivos da nossa oração é mudar o modo como percebemos o mundo, para mudar a forma como nos relacionamos com o mundo. O fim que nos propomos é ser audazes em abraçar, nos nossos estilos de vida, uma maior simplicidade e solidariedade.
Mas não é só rezar que os autores da mensagem propõem:
A quantos ocupam uma posição de relevo em âmbito social, económico, político e cultural, dirigimos um apelo urgente a prestar responsavelmente ouvidos ao grito da terra e a cuidar das necessidades de quem está marginalizado, mas sobretudo a responder à súplica de tanta gente e apoiar o consenso global para que seja sanada a criação ferida. Estamos convencidos de que não poderá haver uma solução genuína e duradoura para o desafio da crise ecológica e das mudanças climáticas, sem uma resposta concertada e coletiva, sem uma responsabilidade compartilhada e capaz de prestar contas do seu agir, sem dar prioridade à solidariedade e ao serviço.
E tu? Vais atender o pedido? Na Eucaristia de hoje, com o teu grupo de jovens, ou até mesmo no silêncio reflete no cuidado que estamos a dar àquilo que Deus nos deu, desde o solo que pisamos ao céu estrelado que tanto nos encanta.
Kofi Annan dizia que nós não usamos a terra dos nossos pais, mas pedimo-la emprestada aos nossos filhos. Será que estamos a deixar alguma coisa para as gerações futuras poderem usufruir?
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